domingo, 1 de maio de 2011

Mundo Real x Casamento Real

Toda esta encenação Inglesa é uma desesperada tentativa de reconstruir uma tradição decadente. Em plena pós-modernidade enaltecem tradições discriminadoras, principalmente contra as mulheres. O que está em questão não é o instituto do Casamento, mas sim a forma como as mulheres são tratadas.
A Monarquia da Família Real representa a estabilidade das instituições inglesas e a permanência da Inglaterra no cenário político internacional. Assim, esta tradição não é para quem quer, mas para quem pode. Será que pode mesmo? Afinal, a Inglaterra está passando por uma grave crise e mesmo assim gasta milhões neste “Teatro global”.
A história do homem é marcada por constantes batalhas evolutivas em busca de objetivos, pessoais, políticos, sociais, etc. Antes se pensava em desvendar grandes mares, agora é este teatro? Com direito, até, a ensaios. Poupe-me dessa hipocrisia.
Nesta encenação o que se vê é uma princesa submissa ao príncipe, até para andar tem que estar atrás deste, só ela usa aliança, é impedida de trabalhar até o nome muda, ou seja, é obrigada a seguir padrões que há muito tempo estão ultrapassados. Onde ficam todas as conquistas e valores feministas? Sexo “frágil”, talvez? Que nada! Está mais que provado que as mulheres não têm nada de frágil. Se não acredita, olhe a história e constate os fatos.
Ao passo que no século dezenove alguns pensadores já cogitavam a idéia de que no futuro teríamos uma sociedade governada por mulheres, sociedade matriarcal, que desbancaria a sociedade da época, sociedade patriarcal, governada por homens, na qual, as mulheres tinham pouco ou nenhum valor.
Enxergo isso tudo, como fruto de Walt Disney e histórias em quadrinhos. Será que é sonho, mesmo, de todas as mulheres, casar-se com um Príncipe? Para mim, qualquer homem pode ser príncipe de sua mulher, basta querer e não precisa de nada disso. Existe uma diferença muito grande entre ser princesa e o casamento. Este foi criado por cunho meramente patrimonialista, para transferir propriedades entre uma mesma família. Por exemplo, para uma moça casar-se era exigido do noivo um dote, no qual a família da noiva pede o valor que acha que “pode”, quanto vale a sua filha. Isso foi fruto de muitas críticas inclusive no cinema, com o filme de época do sedutor Casanova do diretor Lasse Hallstrom, onde mostra este sistema de pagamento e a decadência destes casamentos arranjados fruto de obrigações sociais para viver em sociedade e mesmo assim, de uma forma ou de outra, prevalece à vontade de escolha humana.
Com isso, podemos compreender fácil o porquê da existência do Celibato. Assim como todos, a igreja também era e uma “família” e pretendia manter seus pertences. Aquele era sustentado por Reis e Rainhas com o argumento de ter recebido seu poder do poder maior, o divino. Entretanto, por tudo que se estuda e conta sobre religião, Deus jamais iria conferir um poder, desigual e separatista se assim o fizesse. Portanto, isso tudo é uma fábula.
Com efeito, para tudo na vida o homem age de acordo com a sua conveniência e oportunidade, por isso para igreja não foi diferente, com a decadência do feudalismo a única solução era essa ou perderia suas propriedades e consequentemente estariam fadadas às ruínas. Então, nada melhor do que justificar um poder com a alegação divina e manter a segregação.
Destarte, todos estes legados, justificadores de ordens preconceituosas, devem ser superados e não enaltecidos. Estamos falando de anos de luta e de milhares de vidas perdidas na tentativa de transpor estes obstáculos. O casamento se adéqua de acordo com tempo e as sociedades vigentes.
A plebéia kate Middleton surge em um momento histórico para comprovar tudo nesta argumentação. Após anos de escândalos - traição, casamentos desfeitos e refeitos, surge uma possível solução. Formada, pela primeira vez, em curso superior já se casou afirmando não dever obediência, não cumpriu alguns protocolos, como casar de cabelo preso dentre outros, assim mostra que têm personalidade. Por isso, diante da situação decadente que se encontra a monarquia inglesa, ela fez com que a Rainha aceitasse o que antes era inconcebível.
Em contraponto, vale ressaltar que este arcaísmo britânico gasta tão pouco comparado com nosso atualíssimo Congresso Nacional que até vale à pena ter monarquia por lá. Tem mais... Em um sistema como o britânico, existe mais respeito às leis e a ordem vigente do que em um regime como o nosso.
Em 21 de abril de 1993, tivemos um plebiscito no Brasil para decidir qual forma de governo queríamos presidencialismo ou parlamentarismo. Assim, por pressão da esquerda, escolhemos o modelo presidencialista deixando de lado o parlamentarismo.
Em um regime monárquico parlamentarista, existe a possibilidade de impeachment de deputados e senadores... Ao contrario do nosso... Somos obrigados a aturar esses verdadeiros ladrões, diferentes daqueles que lotam nosso sistema carcerário, são muito piores, pois gozam de foro privilegiado, só podem ser julgados por eles mesmos, por comissões do próprio legislativo, gozam de imunidade parlamentar e recebem 13º, 14º salário, um mês de folga remunerada, férias, recesso parlamentar, além de auxilio moradia, passagens, assistência medica, aumentam de salários exorbitantes, verbas de gabinete, sem contar com os caixas dois (2).
Na Inglaterra deputados e senadores não têm nada disso e a rainha pode fazer com que a vontade do povo seja respeitada, talvez. Ao contrario do regime presidencialista que temos aqui onde a vontade que prevalece é aquela de interesse próprio. E ai, o que é obsoleto mesmo? O povo inglês é de primeiro mundo, e nós o que somos?

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Reflexão...

"Se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando um pão, e, ao se encontrarem, eles trocam os pães, cada homem vai embora com um... porém, se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando uma idéia, e, ao se encontrarem, eles trocam essas idéias, cada homem vai embora com duas...”.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Achei este texto muito bom, por isso o compartilho.

A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.

Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o Serra... outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.



Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: "Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!".

Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos "amigos" Houaiss e Aurélio) do nosso país.

E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!

Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!
Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?

Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?

Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?
Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos... pasmem... PAULISTAS!!!


E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.
Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.
Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura...
Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner...
E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia...
Ah! Nordestinos...

Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?
Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.

Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!
Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!
Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário... coisa da melhor qualidade!
Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso... mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!


Minha mensagem então é essa: - Calem a boca, nordestinos!
Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.

Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.
Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”

Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!

José Barbosa Junior, na madrugada de 03 de novembro de 2010.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Política ou Palhaçada

As Eleições no Brasil acontecem a cada dois anos. Sendo que cada cargo pleiteado possui mandatos distintos. Vereadores, Prefeitos, Deputados Estaduais, Federais, Governadores e o Presidente da República duram quatro anos, já os Senadores oito anos. È importante deixar esses dados explícitos, porque muita gente não tem esse conhecimento e simplesmente saem falando, que não gosta de política, que ela não presta, sem saber que possuem um importante papel para nossa democracia.
Infelizmente, estes são do tipo, que só se lembram do assunto quando entramos em ano eleitoral e todos os anos afirmam a mesma coisa: a política do nosso país é uma vergonha, não presta, só tem ladrão. Com isso, abro dois questionamentos: Quem foi que elegeu os políticos corruptos? O que fazemos para que nossa política melhore? Criticar é fácil, agir uma questão de atitude que muitos não há possui.
Todos os dias me faço estes questionamentos...
Porque milhares de analfabetos votam?
Porque o voto é pra todos, ou tem que ser de todos?
Na prática o voto é realmente de todos?
O Brasil é uma Democracia?
Porque somos obrigados a votar?
Existe o sufrágio universal, ou é uma mera utopia?
O que está errado com o atual sistema?
Sabemos que a população brasileira é formada por uma grande massa de pessoas que não sabem escolher o melhor para si próprio, como vão saber o que é melhor para todo um país?
Acontece que o sistema inventou o Voto de Legenda – o negrito é meu para mostrar minha indignação –. Mais uma carta na manga para perpetuar a impunidade e a eleição de figuras com imagens cansadas por se envolverem em escândalos de todos os tipos e formas. A exemplo disso com este voto de legenda o deputado Enéas Carneiro levou mais quatro deputados com ele para dentro do congresso como representantes do povo de São Paulo. Estes quatro ocuparam o lugar de muitos outros candidatos com mais votos (vontade popular) com a representatividade quase nula. Um deles teve apenas quatro votos. Eles não fizeram nada de errado, mas tiveram vantagens do sistema para diminuir a representatividade do povo dentro do congresso. E TIRIRICA, como deputado mais votado do Brasil, quantos vai levar? È dinheiro na cueca na meia, máfia das ambulâncias, nepotismo, tanta coisa que poderia criar uma nova postagem só falando desses atos. Mas, o assunto é outro. Elegemos figuras populares ao invés de indivíduos comprometidos com alguma causa, que por muitas vezes dedicaram toda a sua vida para isso.
Essa massa de brasileiros hipócritas fazem o governo motivo de PALHAÇADA, foi assim que um jornal argentino publicou, que agora, teríamos um PALHAÇO governando o Brasil. Como pode ser eleito pessoas com nenhuma formação se quer acadêmica, para governar um país? Entretanto, exige-se que um varredor de rua ou um porteiro de prédio tenha segundo grau completo. Como uma mulher que só tem o corpo bonito é eleita? Como que é eleito um jogador de futebol que se quer administra seu patrimônio?
ABAIXO a PALHAÇADA, o povo que era unido na ditadura não era a massa de brasileiros hipócritas e fúteis da época, eram estudantes, intelectuais, pessoas que sabiam quais eram seus direitos e deveres, eram pessoas que pensavam em um país melhor para se viver.
O brasileiro pede, pede e pede....critica, critica e critica..., e nenhuma hora, pensa que esses candidatos eleitos, só atrasaram o país...

Isso me envergonha....
ATÉ QUANDO ISSO VAI CONTINUAR?
NÃO À IMPUNIDADE!!!
NÃO A PALHAÇADA!!!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Indicação de Filme!


Bom, depois de um imenso doxa, resolvi criar este blog no intuito de produzir algo valorativo não só para minha carreira profissional que está começando, mas com a imensa vontade de compartilhar conhecimentos além de colocá-los em discussão. A dialética é, se não, a maior virtude do homem. Creio que ainda estou me acostumando a esta nova realidade e por isso para inicio de conversa deixo minha indicação para um filme muito bom que pude assistir no final de semana. "El secreto de sus ojos" ou O segredo dos seus Olhos por Carla Calheiros. Este é de grande importância, à condição humana no qual somos expostos hodiernamente. Além do mais, trata de questões forenses desde uma investigação criminal, até ao uso da justiça pessoal quando o Estado se faz presente, mas de maneira insatisfatória. È a popular, "Justiça com as Própias Mãos". O final, pleno de um simbolismo arrebatador, acaba por satisfazer, sem juizos de valor, qualquer espectador, ou seja, cada um faz seu final.